terça-feira, 30 de setembro de 2008

Odeio...

gente hipócrita, falsa, sem carácter, com a puta da mania que são melhores que os demais.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Too much to ask?

Certidão de Óbito

Há 2 anos atrás fui gozada por comprar um carro por 100 libras. Mas o meu boguinhas fantástico nunca deu problemas, levou-me a todo o lado que eu quis e me apeteceu sempre a mostrar aos infiéis que era superior às críticas.
Infelizmente foi mortalmente ferido e, pouco antes de cumprir 18 primaveras e se tornar adulto, é vê-lo esvair-se em gasolina...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

As palavras estão gastas...

Ultimamente não tenho escrito porque me faltam as palavras, acho que a língua portuguesa já não me basta ou eu já não me entendo com ela.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Dúvida existencial #26

Tendo em consideração que "quando a esmola é grande o pobre desconfia", será que amanhã cai o avião?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Caminhos

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!


Cântico Negro - José Régio

segunda-feira, 1 de setembro de 2008