terça-feira, 20 de março de 2007

Nameless faces

Já pensaram os milhares de pessoas que cruzam constantemente a nossa vida sem nos merecerem sequer um olhar mais atento?
Milhões de rostos anónimos, sem voz e sem vida na nossa realidade.
Hoje estava na paragem do autocarro quando com um leve aceno de cabeça uma dessas almas sem nome me cumprimentou.
Retribui o gesto e dei conta que aquela figura me era familiar, mas porquê, de onde?
Fiquei a observá-lo com uma atenção disfarçada (para não criar mal entendidos) tentando recordar algum ponto comum...
EUREKA, como não me apercebi disso antes? A paragem de autocarro é o nosso ponto comum, a familiariedade do rosto provem do quotidiano.
Aquela vida cruza a minha diariamente sem se tocar ou olhar. E hoje com um pequeno gesto as nossas vidas encontraram-se realmente pela primeira vez e ambas ganharam cor e expressão.
Quase se diria que as outras pessas existem para nos provar a nossa própria existência, porque sozinhos no mundo não saberíamos se estamos vivos.

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