sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Eu sei lá bem o que quero!!!

Eu sei que isto pode parecer uma afronta, mas sinto-me velha. Não por ter feito anos, ou por serem 27, isso é para o lado que durmo melhor, mas porque perante certos acontecimentos (como amigos da mesma geração a casar e ter filhos) reajo instintivamente com um “somos tão novos p’ra isso, isso é p’ra daqui a 4/5 anos, quando tivermos 27 ou mais” e depois cai-me a fichinha: NÓS JÁ TEMOS ESSA IDADE!!!

E então pergunto-me o que raios fiz eu estes 27 anos? Como é que não me apercebi da passagem do tempo? O que tenho para mostrar de meu? Que realizações me podem ser atribuídas? Não é suposto chegar a esta idade com metas alcançadas, prestes a assentar arraiais?


A culpa é dos filmes e séries que vimos na puberdade e onde aos 24 anos o pessoal já tinha conseguido tudo... Tinham o curso, a casa, o carro, o emprego de sonho, o amor da vida deles, já tinham cometido todas as loucuras e corrido mundo com os amigos e os ex, podiam então desfrutar e viverem felizes e realizados.

Mas depois veio a fase seguinte, quando a sair da adolescência nos deixamos acompanhar por séries como o Sexo e a Cidade, onde os trintões são ainda solteiros em busca da realização pessoal mas sem saberem muito bem qual o rumo certo a tomar, quer profissional, quer emocional.

Daí vem a eterna insatisfação da geração de 80. Por um lado sentimos que a esta altura da vida já deveríamos ter feito muito mais se não tudo, porém não estamos dispostos a abdicar da nossa liberdade ou espaço e achamos que o mundo tem ainda muito para nos oferecer antes de podermos assentar.

O resultado desta dualidade?
Pomos em causa aquilo em que acreditamos e perguntamo-nos se o que sempre quisemos para nós próprios é realmente o que desejamos para a nossa vida ou se apenas nos deixamos levar.

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