terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Crenças...

A língua portuguesa está carregada de expressões originalmente religiosas que se tornaram idiomáticas com o desenvolver do agnosticismo e do ateísmo na população.

Quando tinha um teste na escola e dizia que me tinha corrido bem, a minha avó retorquia com um Graças a Deus que sempre me incomodou, porque afinal de contas eu é que queimei as pestanas a estudar, eu é que me alapei 2 horas a responder ao dito cujo e Ele (que nem a mochila até à escola carregou) ficava com os louros? O seu a seu dono se faz favor...

Quando me mudei para Inglaterra a minha avó (que pela reacção mais parecia que eu ia para a guerra) disse-me para eu vir com Deus e na fé dela eu vim... já na minha optei por vir com o piloto porque acho que ele entende mais de aviões.

Eu respeito todas as crenças e a mim tanto me dá se as pessoas acreditam num ser omnipresente, no poder curativo dos pinguins do pólo sul ou em OVNIS...

A mim sempre me pareceu mais plausível o conceito do panteão grego com os Deuses seguidos, em termos hierárquicos, os heróis - filhos de um Deus com um mortal. E só depois o ser humano comum, tão falível como o vizinho do lado e à mercê dos caprichos dos deuses.

E porquê que isto faz mais sentido? Ora, porque como estes deuses têm mais defeitos (gentinha mais vingativa, vaidosa e infiel) que os humanos todos juntos, faz sentido e é até normal que o mundo esteja no estado em que está, que as catástrofes se sucedam e que o comum mortal não bata bem da tola.

E também porque quando olho para o Russell Crowe e ouço aquela voz torna-se difícil não acreditar que exista por aí uma deusa genial que faça homens à semelhança de Apolo!

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