Da dita crise e da precariedade
Tenho opiniões bastante controversas relativamente à crise, mas doeu-me na alma passear no Porto. Sem abrigo, arrumadores e pedintes sempre houve, mas o aumento (mesmo de Setembro para agora) é palpável. E é notória a diferença dessas pessoas também (sim, que todos nós conseguimos distinguir quem pede para drogas ou para comer). Há neles uma dignidade no olhar que só tem quem levou demasiados pontapés na e da vida e não sabe o que mais fazer para sobreviver. Dei sempre, tanto na tentativa de ajudar como de apaziguar o meu peso na consciência, mas de quando a quando lembro-me daqueles olhares esperançosos de dias melhores e sinto de novo um nó gigante na garganta.
1 comentário:
pois é amigo, que sabemos nós das voltas que a vida dá.
Enviar um comentário