Anarquia das balanças
Não me incomodam pessoas magras, longe disso, aliás as minhas amigas quase todas peso pluma. Mas incomodam-me, e muito, pessoas perfeitamente saudáveis que não comem, que têm dilemas existenciais com a comida e deitam qualquer racionalidade pela janela, que me diriam 'ai estás tão gorda, tens de ter cuidado'. Não me entendam mal, com esses comentários posso eu bem. Incomoda-me sim, que existam pessoas para quem vestir um S em vez de um L seja fundamental e que diariamente se privam de coisas prazerosas em prol de uma ideia ou uma imagem. Fosse a vida tão linear e eu não tinha amigas hipertensas com 32 anos, ou outra que quer engordar e não consegue, ou outra que definha quando o sistema nervoso ataca ou ainda outra que não engorda quase nada mesmo comendo o mundo inteiro e mais Marte.
Sou gorda sim, mas consciente disso e garanto que não é de ar e vento. Posso culpar o facto de eu saber apreciar um belo bacalhau com natas, umas lulas estufadas, um bife rolha, um molho pimenta, uma feijoada, e as sobremesas, hummm, é melhor não entrar por aí.
Mea culpa? Sim. Gorda? Sim. Mas feliz e consciente da importância de não proibir, mas sim de reduzir, ter tento, e não sucumbir ao auto-flagelo quando a nata ou a carne de porco à alentejana ganham a batalha.
3 comentários:
Gosto quando escreves assim. Se estivesses aqui fazia-te uma Francezinha. Beijossss
Já me apanhaste, agora vou ficar desejosa da tua frnacezinha. Ficas a dever-me uma. bj
Oh querida. Gorda sou eu e assumo com orgulho.Gosto de comer, de me lambuzar com gelados e gomas. E dai??Gosto de mim assim quem não gostar deixa na beira do prato. Olha para mim preocupada ;-P Quando vieres cá vamos comer um bacalhau com natas, já que te ofereceram a francesinha antes. ÉS LINDA AMIGA. Adoro-te como és.
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