Nobody Else

A vida tem troços de rally retorcidos como o raio que parta (quem for religioso deve ler: deus escreve certo por linhas tortas). Certas pessoas entram na nossa vida e deixam uma marca tão profunda que nem 15 anos e 3mil km de distância apagam. Uma dessas pessoas re-entrou recentemente na minha vida. E vou fazer tudo para que lá fique de vez, no lugar que sempre lhe pertenceu. Porque aprendi e cresci mais com ela do que com muitos anos de escola, professores e afins. A S. fez-me sempre falta, imaginei muitas vezes o que me diria em certas situações, mas cobarde como só eu nunca a procurei, nunca tive força para arriscar a rejeição ou a falta de perdão. Sim, porque o afastamento foi culpa minha. Era adolescente, parva e não sabia lidar com certas situações. Aí está, faltava-me a clareza e a força da S. Mas a vida deu milhentos trambolhões, rolou e chegou aos dias de hoje. Somos mais velhas, temos cicatrizes e amarguras que nunca pensamos ter, mas de uma forma estranha, ainda nos temos uma à outra.
Tenho para mim que a vida se faz de coincidências estranhas, simbologias da alma, por isso não me surpreende que tenha visitado a casa porque luto neste momento no dia 26 de Abril. Aliás, se pensar bem nisso, só podia ser nessa data.